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quarta-feira, 15 de junho de 2011

ESPECIAL: FESTEJOS DO DIVINO E DO ROSÁRIO EM CORRENTINA - TRADIÇÃO QUE NÃO PODE ACABAR!!!





FESTEJOS DO DIVINO ESPIRITO SANTO E DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO EM CORRENTINA, BEM COMO O DE SANTA CRUZ EM SÃO MANOEL SÃO TRADIÇÕES QUE NÃO PODEM ACABAR.


* GETÚLIO REIS





Tive o privilégio de mais uma vez assistir as comemorações do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora do Rosário em Correntina, neste ano o jovem André Inácio (filho dos amigos Rubem e Joselita), foi o festeiro do Divino enquanto que a Srª. Valdetina Caíres (Esposa de Gilão e mãe de Laerte) sagrou-se festeira do Rosário. Foi um translumbramento de fé e exabundância de devoção e espiritualidade, estampada no rosto, nas vestes, no suor, no cansaço, na alegria e nas cores da festa.


Esses festejos tem sua origem a partir do século XIV, quando das celebrações religiosas realizadas em Portugal, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes coletivos designados de Bodo aos Pobres com distribuição de comida e esmolas.


Essas celebrações aconteciam cinquenta dias após a Páscoa, comemorando o dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo sob a forma de línguas como de fogo, segundo conta o Novo Testamento. Desde seus primórdios, os festejos do Divino, realizados na época das primeiras colheitas no calendário agrícola do hemisfério norte, são marcados pela esperança na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade, prosperidade e abundância para todos.


A devoção ao Divino encontrou um solo fértil para florescer nas colônias portuguesas, especialmente no arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América, e diversas partes do Brasil.


É provável que o costume de festejar o Espírito Santo tenha chegado ao Brasil já nas primeiras décadas de colonização. Hoje, a festa do Divino pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país, do Rio Grande do Sul ao Amapá, apresentando características distintas em cada local, mas mantendo em comum elementos como a pomba branca e a santa coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de esmolas.



Na Bahia a festa do Divino Espirito Santo é também realizada em várias cidades, havendo um enfoque especial para a a cidade de Palmas de Monte Alto, esta tradição tem mais de 200 anos na cidade. Lá, como aqui também em Correntina, todos os anos a Bandeira do Divino vai para casa do festeiro do ano seguinte. A festa é acompanhada com o cortejo do imperador, carros alegóricos feitos pelas mãos de pessoas da comunidade. Um dia antes da missa do Divino as pessoas costumam enfeitar as casas para receber a badeira em suas moradias, a bandeira é levada até as casas para pedir esmola, várias pessoas a acompanham. Na madrugada do dia do divino a cidade é acordada por uma grande alvorada.

É gratificante ver que esta tradição ainda se mantém viva em Correntina, graças a vontade do povo que se soma a força e influência da Igreja Católica; a festa continua com seu ar de nobreza, filarmônica, fogos de artifícios, alvoradas, cortejo, missas e para alegria da corte, comida a vontade.



Como bem disse o jornalista Flamarion, não existe mais a cavalhada e os impecáveis trajes dos cavaleiros/soldados, quando recordamos os Reis Mouro e Cristão, especialmente representados por Claudionor Rocha e os saudosos Iôzinho e Alcides Delgado, imortais reis que com as vestes azul ou vermelho faziam o povo vibrar trazendo as cenas das lutas entre cristãos e mouros que aconteceram durante a ocupação moura na Península Ibérica (século IX a século XV). São dois exércitos com 12 cavaleiros cada que durante três dias se apresentam as tardes no Campo das Cavalhadas encenando a luta ricamente ornados e com belíssimas coreografias eqüestres.


Verdade seja dita, precisa de uma participação mais pujante e efetiva do poder público municipal em eventos dessa magnitude, pois, fomos cientificados de que a ausência da famosa e sempre lembrada CAVALHADA nos festejos deste ano de 2011 deveu-se a negativa de ajuda ou patrocinio por parte da Prefeitura Municipal, quando sabemos que esse órgão gastam volumosas somas em carnavais e outros eventos na contratação de bandas, trios, cantores e atrações diversas, enquanto que a FESTA DO DIVINO ainda sobrevive da fé e das esmolas dos fieis.

Se não há previsão orçamentária para esse tipo de despesa, que se crie, temos certeza de que não encontrará nenhuma dificuldade de aprovação junto ao Legislativo Municipal, que faça junções perante a Secretaria Estadual do Turismo ou ainda junto ao Ministério do Turismo e se busque recursos necessários a fim de que possamos num futuro bem próximo trazer o exemplo de Pirenópolis para Correntina, porquanto os festejos do divino daquela cidade, iniciado desde 1819 foi agora em 15 de abril de 2010 registrado como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo IPHAN. Lá firmou-se como palco das famosas Cavalhadas de Pirenópolis a mais bela e expressiva do Brasil, e da Festa do Divino, festejo religioso que dura cerca de 20 dias. Acontecem durante as festividades de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, e em Pirenópolis reúne diversas manifestações, como congadas, reinados, juizados, folias, queima de fogos, pastorinhas, missas, novena do divino (entoadas em latim pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário), Levantamento do Mastro de 30 metros de altura, Mascarados e as tradicionais Cavalhadas de Pirenópolis.



A boa notícia é que foi sorteado como Imperador do Divino de 2012 o grande empresário e conspícuo advogado Marcelo Coimbra, assim podemos até imaginar o retorno da cavalhada, quando então em assim fazendo, prestará uma grande homenagem em vida àquele que foi um dos grandes reis desta terra. De já, coloco-me à disposição para ajudar em tudo aquilo que estiver ao nosso limitado alcance para que esse evento se realize, pois temos que JAMAIS A TRADIÇÃO DE UM POVO PODE MORRER.


* [Getúlio Reis, é oficial da reserva da PMBA, bacharel em direito e ex-Delegado de Polícia de Correntina - Foto cedida por Denilson Neves.]

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