Josué Maranhão Visite o blog do Josué - REATIVADO
BOSTON – Salvo engano, ou salvo alguma necessidade urgente de mais curtição de preguiça, neste ano não há mais nenhum feriado, exceto o Natal. Pelo menos daqueles que são respeitados e reverenciados no Brasil inteiro. Ontem, em muitas cidades, comemorou-se o feriado denominado Dia da Consciência Negra, ou Dia de Zumbi. Feriadão, daqueles que o povo gosta,com o chamado “fim-de semana prolongado”. Ou seja, quatro dias de moleza. Aliás, como não sabia a que se referia o Dia da Consciência Negra – inovação surgida depois que saí do Brasil - procurei me informar e soube que é uma comemoração a respeito de Zumbi. Por coincidência, nesta semana também li, em uma revista noticiosa brasileira de circulação nacional, que recentes estudos de historiadores revelam que Zumbi não foi o que dizem. Ao contrário de símbolo da liberdade do homem negro escravo, fundador do quilombo de Palmares, onde teria sido implantado o primeiro marco de socialismo no Brasil, Zumbi cultivava a sua origem, como Rei de uma das muitas etnias africanas. E, como tal, tinha escravos. Além disso, em Palmares havia um regime de castas, diferentemente do sistema igualitário apregoado. A propósito, levando-se em consideração que não existe raça pura no Brasil, bem como que, recentemente, ficou comprovado que até os negros brasileiros mais famosos têm no DNA traços de origem ligando-os aos brancos, mais brancos europeus típicos , não entendi porque estabelecer um feriado em homenagem à raça negra. É uma atitude tipicamente preconceituoso em relação a outras raças, ao contrário de representar um marco da discriminação contra o negro. Neste caso, para respeitar a isonomia entre todos os brasileiros, como prega a Constituição, também deveriam ser homenageadas outras minorias, a se admitir que existem raças diferenciadas no Brasil. Logo, deveria haver o Dia da Consciência da Raça Amarela e o Dia da Consciência dos Indígenas, por exemplo. Afinal, embora minoria, os orientais, japoneses, principalmente, são representantes da raça amarela. De igual forma, os indígenas, caçados a laço desde o descobrimento, escravizados e mantidos diferenciados, também são minorias. O tema deste escrito, na realidade, eram os feriados existentes no Brasil, mas não me contive em comentar o último feriado deste ano. O ano que termina, aliás, segundo reclamações que li, não foi pródigo em feriados prolongados. Além disso, houve feriados que coincidiram com sábados ou domingos, o que significou um prejuízo considerável para aqueles que não gostam de trabalhar. Para compensar, pode-se considerar que o próximo ano é perdulário, no que diz respeito aos muitos feriados, notadamente os finais de semana prolongados. Serão treze feriados, sem falar nos “pontos facultativos”, esdrúxulo sofisma adotado para mascarar dias em que ninguém trabalha, notadamente no serviço público. Entre os feriados oficiais, cinco cairão em terças e quintas feiras. Logo, já se pode dizer que não se trabalhará também em mais cinco dias ditos “imprensados”. Além dos treze feriados indicados, normalmente, em todas as cidades sempre é feriado o dia do santo padroeiro. Já podem ser computados, portanto, dezenove dias sem trabalho. Considerando-se que no ano existem 52 sábados e 52 domingos, tem-se, portanto, mais 104 dias inúteis. Tudo somado, chega-se a 123 dias de “papo pro ar”. É bom considerar como de vilegiatura, ainda, os trinta dias habituais de férias. A soma atinge 153 dias. No final das contas, dos 365 dias no ano, os brasileiros poderão ficar sem trabalhar 153, o que deixa um saldo de 212 dias úteis. Isto significa que somente 58,1% dos dias do ano são dias úteis para todos. É um pouco mais da metade. Tudo considerado, pode-se chegar a duas conclusões: (1) o Brasil é um país muito rico; e (2) Deus deve ser de fato brasileiro e um pai muito generoso no culto à preguiça. Sim, é um país significativamente rico, que pode se dar ao desplante e ao deleite de interromper todas as atividades econômicas durante 41,9% dos dias do ano.De fato, Deus tem um apreço especial pelo Brasil, tanto que propicia aos brasileiros viverem na malemolência durante quase a metade do ano e, ainda assim, permitir que o país seja a potência econômica que se propala ser.Uma coisa é certa: como diz o Hino Nacional, o Brasil nasceu para viver deitado em berço esplêndido. Sexta-feira, 21 de novembro de 2008
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