Despreparo e corrupção
Paixão Barbosa
A Bahia tem 417 municípios e em mais de 30% deles os prefeitos tiveram as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios em 2008. Chega a ser absurdo que o órgão fiscalizador tenha encontrado irregularidades tão graves que causaram a reprovação da prestação de contas de 152 prefeituras e de 96 câmaras municipais. Vamos aceitar que boa parte não é, sequer, por corrupção ou desvio de verbas públicas, mas sim por falhas de contabilidade. Ainda assim, é impressionante o despreparo dos nossos administradores. O TCM determinou que R$ 48,27 milhões sejam devolvidos aos cofres púbicos e aplicou multas no valor total de R$ 6,8 milhões aos gestores pelas irregularidades encontradas.
Temos, agora, uma nova safra de prefeitos eleitos e não é preciso ser pitonisa nem profeta para saber que, dentro de quatro anos, números semelhantes estarão sendo divulgados pelo TCM. Porque não se vê nenhum movimento no sentido de preparar melhor nossos homens públicos e os erros e as irregularidades se repetem ano a ano.
E nós, contribuintes, dançamos ao som desta repetitiva e maléfica música.
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Votos de boas administrações
Paixão Barbosa
Muitos discursos, muitos anúncios de boas intenções, muitas queixas em relação à herança deixada pelos antecessores. Nesta linha devem se situar as festas de posse dos novos e reeleitos prefeitos nesta quinta-feira (é claro que estes últimos não podem se queixar da herança, mas vão prometer mudar o que não deu certo nos primeiros quatro anos).
Não há nenhuma novidade em posses. Sempre são cerimônias chatas, às vezes calorentas, mas cheias de rapapés, sorrisos e abraços dos que estão entrando e daqueles que vislumbram novos potes embaixo do novo arco-íris.
Resta a nós, cidadãos e eleitores, que os colocamos lá, torcer para que sobre algo de prático dos discursos, que as boas intenções virem realidade e que, dentro de quatro anos, não estejamos a nos arrepender do voto ou, o que acho ainda pior, dizendo: "Não disse? Bem que não votei nele!". Porque o sonho de todos deve ser que esses administradores acertem o passo e possamos festejar uma vida mais digna, com cidades mais humanas e acolhedoras para os seus habitantes.
Portanto, um voto de felizes acertos para todos.
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